* PAZ, HARMONIA e AMOR *

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ausente de mim

Ando por aí num silêncio
com dor e sofrimento
na busca de ti
e da esperança...

Não te encontro,
mas sinto
a ausência-presença
através do perfume da tua alma,
como uma recordação
vivida no silêncio da noite
e no amanhecer de cada manhã!

José Manuel Brazão

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O encontro

Hoje saí da cama mais cedo,
( No rosto, estranho desejo)
Olhei-me no espelho
Com ternura e horror
Saí da casca retorcida
E fui para a rua bailar

Sorvi todas as migalhas
( Instauradas no chão-alma)
Percorri vários caminhos
Pecados e amores trilhados
Deslizei leve com o vento,
Despi-me de todo tormento

Água derramou-se no rosto,
( Levando embora o desgosto)
Fui beber todos os males,
Procurar por perto outros ares
Dentro do ponto fugidio
O centro do delírio-naufrágio

Aproximei-me devagarinho do Eu
( Lucidez de quem é insano)
Soltei a matilha de lobas a uivar
Senti-me bela, iluminada pelo luar
Distraída, tinha ido me encontrar
E amei cada pedaço de mim.

Luciana Silveira

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Infinito


No céu, as estrelas esperam
Equanto cometas vagueiam
Em busca de nosso olhar

A eternidade nos espera, amor meu
Enquanto flores abrem suas pétalas
Para nosso futuro lar enfeitar
Entendemos juntos essa harmonia
Que desfaz-se em bolhas de sabão
Juntando todos os nós e desatando-os
Um por um, restando apenas nós

E quando cai a noite nessa cidade
Tudo o que não sinto é solidão
Sinto apressado pulsar meu coração
Na espera doce do tempo em que virás
Escrevo poesias talhadas em sentimento
Enquanto vejo na lua tua imagem
E todo o resto, é pura bobagem.

Luciana Silveira

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vento



Será preciso tempo
ou mesmo o vento
para desembaraçar
seus cabelos
caracóis se perfazem
num emaranhado frenético
miscelanea de idéias
Por dentro.

Luciana Silveira

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Por dentro, você!


Fecho meus olhos, por dentro, você
Sinto a imensidão do nosso amor
Agora a vagar
Mas, de onde vem esse doce mistério, ainda a brilhar?
Fusão de duas almas sedentas a se desejar
Sentimentos que não se esgarçam com o tempo, com o vento
Quem dirá, com um contratempo?
O tempo, senhor de todas as razões
O fará recordar...
Nossos corações, para sempre unidos
Jamais serão banidos ou iludidos
Percorro caminhos, solitários, recordando
Suas marcas, as linhas de seu corpo, minhas amarras
O meu sofrimento, ainda ele é belo e calmo, e leve
Porque, meu amor, ainda agora estás aqui
Impresso em meu corpo ainda quente por ti
A sedução impressa em suas doces palavras
Que me disseste só para eu poder amá-las
E para sempre guardá-las
Ainda soam suaves e enérgicas em meus ouvidos
Nossos corpos próximos, sempre nus
O arfar de nossa respiração ao desejarmo-nos
O vai-e-vem desenfreado, a alma exposta
E a explosão imensa ao gozarmos
O desejo, altar maior, que não se aquieta
mas apenas descansa e desperta
Os longos beijos, as línguas a dançar
Provocando a fusão de nossas almas
A fome, a sede, a faca e o queijo nas mãos
Suas mãos a percorrer meu corpo em frenesi
Rostos em êxtase de pura paixão
Seu corpo, Meu Amor, minha morada
Seu rosto, Meu Querido, meu espelho
Sua alma, Meu Bem, meu repouso
Seu ventre, Meu Devasso, meu gozo
Como pode acontecer de apartar
Se meu corpo ainda está a clamar
Se minhas veias ainda a fervilhar
Se minhas teias estão a rogar
Se meu sexo ainda a molhar
Se minha saudade vive a me rondar
Se sua ausência presente a me provocar
Não me abandones, encanto meu
Pois és a inspiração para meus versos
E minhas pobres rimas
E amanhece, anoitece
Fecho meus olhos, por dentro, você
E volto a sonhar.

Luciana Silveira