Hoje saí da cama mais cedo,
( No rosto, estranho desejo)Olhei-me no espelho
Com ternura e horror
Saí da casca retorcida
E fui para a rua bailar
Sorvi todas as migalhas
( Instauradas no chão-alma)Percorri vários caminhos
Pecados e amores trilhados
Deslizei leve com o vento,
Despi-me de todo tormento
Água derramou-se no rosto,
( Levando embora o desgosto)Fui beber todos os males,
Procurar por perto outros ares
Dentro do ponto fugidio
O centro do delírio-naufrágio
Aproximei-me devagarinho do Eu
( Lucidez de quem é insano)
Soltei a matilha de lobas a uivar
Senti-me bela, iluminada pelo luar
Distraída, tinha ido me encontrar
E amei cada pedaço de mim.
Luciana Silveira
Poema de peso! A Luciana está de parabéns, amigo José.
ResponderEliminarUm abraço. Tenhas uma boa tarde.