* PAZ, HARMONIA e AMOR *

sábado, 23 de junho de 2012

Ninguém...



Ninguém tem força
para combater
o nosso amor,
mais vivo,
puro e sólido!


Ninguém tem força
para me boicotar,
para destruir
a minha imagem,
que vai para além
de vontades,
convulsões
ou perturbações!


Ninguém tem força
para mudar
a minha forma de viver;
límpida
e bem espelhada
na água da Vida!


Ninguém tem força
para me afastar
do meu caminho:
eu o decidi
e eu o farei!


Ninguém tem força
para de amor falar,
sem o praticar!


Eu
com serenidade,
confio
que o amor vencerá!


José Manuel Brazão

Rifa-se um coração – Clarice Lispector


Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário. 

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos que quase dá
pra engolir as orelhas, mas que
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer... "

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.

Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.

Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

Clarice Lispector



A Poeta Patricia Ximenes enviou-me hoje este poema da Clarice.
Querida Paty
Muito obrigado e entendi este gesto como um sinal dos tempos.
Sei bem da tua sensibilidade para comigo! Conheces muito bem
o que escrevo e o que sinto!
Beijooo grande
do

* Clarice não podia expressar melhor como eu estou vivendo neste momento!
José Manuel Brazão 


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&hl=pt-PT&v=-Aw07TUxqsU



Clarice é uma das minhas escritoras preferidas, gosto da maneira como ela dispõe as palavras na poesia e nos contos!
Encantada por ela
Su 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

No resto da minha Vida...


Já pouco me resta...
Já muito levaram de mim
por casos da Vida...
partidas para além do azul
de filho, pais, irmãos,
gente querida, muito amada,
além dos amores da minha Vida,
vividos com intensidade
e a ansiada felicidade!

Guardo o que pude guardar
neste coração sensível,
que é o meu cofre,
porque tudo vivido
em horas tristes e alegres,
são as minhas joias!
Riqueza assim não há igual...
Nem tudo levaram:
existe a minha Poesia,
escrevendo sempre
pelo menos os primeiros
dos meus últimos poemas!

Não peço nada à Vida,
apenas aquilo que seja  merecedor,
um pouco de carinho e de amor!

José Manuel Brazão

Maravilhoso poema e ainda mais emocionante ler com a bela canção de fundo! =D
Abraço poeta
e tenha uma boa Noite!






Sonhos meus...


É bom sonhar...
E ficamos com a sensação
duma vida ideal,
mas no acordar
vimos o real e aí
só há um caminho:
coragem e superar,
recolhendo as pedras
que encontrámos
e ignorámos
que serão um monte de ilusões!


Caminho livre
e avançamos
renovando a Vida,
dos hábitos,
das atitudes
e até seleccionando
os Amigos
- aqueles da forma pura de amar –
e a Vida sorrirá,
o Sol abrirá
e a Lua contemplará!


Olhando para trás
veremos o tempo perdido
e aprendido,
mas saberemos
que todo o Tempo é tempo
de corrigir o que errámos
e ver como a Vida se tornou mais bela!

José Manuel Brazão

quinta-feira, 21 de junho de 2012

És a rosa das rosas



Se eu pudesse …

vestia o teu corpo
de rosas vermelhas!
Olhava-te,
seduzia-te …

Ao meu redor,
exalava do teu corpo,
o aroma das rosas.

Desse corpo
de incontida paixão,
tirei uma a uma,
cada rosa vermelha.

Teu corpo ficou belo,
muito belo …
sofri,
perante o meu oásis!!!

José Manuel Brazão


[....]

Cada rosa com que enfeitaste meu corpo
De botões desabrocharam-se em flor
E são milhares de botões
Caindo em pétalas de diversos matizes
Todos eles em tons de vermelho-paixão
Lembrando-me cheiros do nosso amor
Forte, intenso e lascivo
Eternizados na beleza e na cor
Comemos cada pedaço dessa maçã-do-amor
Reminiscências de cada momento vivido
E nosso sofrer pela distância
Torna-se belo e calmo
Diante da grandeza do oásis almejado.

Luciana Silveira

Vale sempre a pena!


Quando minha vida, parecia outonal
com a queda das folhas da esperança ansiada,
num sono sem fim, de novo acordei
e apareceste de braços abertos
para estares comigo neste amor florido
de encanto, muito encanto
em que tu és a rosa das rosas!

E por acreditar, que não haverá mais
Outono triste, de folha caída,
vale sempre a pena acordar para a Vida
com a Mulher dos nossos sonhos!

José Manuel Brazão

ZéPoema,
Que beleza de poema, onde a esperança é tua fiel companheira.
Acredita "que não há mais Outono triste" em tua vida. Basta quereres sonhar com a mulher que amas.
Parabéns, amigo.
Beijos
Maria Valadas




http://www.youtube.com/watch?v=HExHdicGoVU

Não há vontade que se acabe



Vivo em ti


mesmo que a Vida
nem sempre esteja próxima!

No teu corpo escondes
o que te vai na alma,
amor cúmplice
e um coração
que vive junto do meu!

Corpos que se consolam
nos momentos só nossos,
que sonham com o belo da Vida,
com o momento certo
e seus corações clamam:
não há vontade que se acabe!

 José Manuel Brazão

Viagem infinita


Não vou perder aquela viagem
Ainda em minha carne, veículo
Passeando sobre abismos rasos
Auroras dourando a alma-casa
Pássaros de asas reluzentes
A viagem é infinita, benvinda
Refazendo cacos de construção
Vêm tremores a rondar sensações
Teus olhos a rondar os meus
Promessas de completude
Entrega mútua sem pudores
O cansaço é nada perto de ti
Pois tua presença é descanso
É vida explodindo em partes
Partes de nossa teia-história
E a saudade,  apenas tenta ser.

Luciana Silveira

quarta-feira, 20 de junho de 2012

No mais profundo beijo roubado


Perdi-me nos teus lábios,
entre sussurros e gemidos,
minhas mãos deslizaram
pelas curvas do teu corpo;
foste cedendo
e senti dançares em mim,
neste meu corpo suado
todo o desejo
que se consumou em prazer
e começou por um beijo roubado!

José Mamuel Brazão



Adeus, não é a minha palavra!


Hoje em horas de repouso,
fechei os olhos para reflectir,
coisas da Vida sentir,
e para concluir o que sou
 porque sou
e para onde vou!

Imagens lindas
passaram por mim,
guardo-as;
outras imagens tristes,
não as esqueço
como aprendizagem da Vida,
desta minha passagem,
para tentar no resto do caminho,
ser melhor para vós,
gente que me ama,
amaram
e sentem já saudade
dos meus gestos, atitudes
e sentimentos invioláveis!

Continuarei a escrever palavras
que guardem em vossos corações,
mas nunca a palavra adeus!

José Manuel Brazão