* PAZ, HARMONIA e AMOR *

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

...

E porque sempre foi assim não quer isso dizer que sempre será. O que digo hoje pode não ser o mesmo amanhã. A brisa que hoje passeia leve pelos meus cabelos pode voltar no futuro como fúria de vendaval. Carregando consigo pó de minério que um dia brilhou. Não quero prender-me a erros idos em dias tidos como bons. A vida expressa e contida em versos me espalha e desnuda a alma presa ao corpo que acorrenta. E é quando morro que acordo para desejos e anseios. Incontinência arbitrária que atira-me ao longo da tarde. Nessa chama de fogo-fátuo é que me espreguiço e sigo. Nuances de cetim e carmim que brotam de meus lábios. E não adormeço enquanto cada palavra que ouso dizer não couber em minha boca. Ainda bebo cada gota contida nesse cálice. Manhãs inversas, tardes cálidas, noites frias. E longas, insones. Deve ser porque durmo chorando que amanheço poesia. Quem ama entende bem o que digo...

Luzciana Silveira

domingo, 11 de agosto de 2013

Espelhos

Mirei em teu espelho
Por dentro, me vejo
E será esse meu segredo
Aquele que se expõe


Grita, gira o mundo
E volta sempre pra ti
Marco em minha mente
Teu beijo de serpente
Pronto pra me devorar
Sorvo cada semente
Desmedidamente de ti
E transcendemos
Quebramos os espelhos
enfim.


Luciana Silveira

[....]

Espelho-me em ti,
viajo pelo teu corpo,
beijo-te com fervor
pelo amor
que me entregas,
pelas sementes
que existem em ti
e perdidos
Quebramos os espelhos
enfim.

José Manuel Brazão




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Em sonhos


Em meus sonhos pinto e bordo
Transbordo
Teço teias penetráveis
Sempre voando, bailando, cantando
Nos meus sonhos vejo a luz
Desde o início do túnel
Tinas e mais tinas de água límpida
Cachoeiras embalando sonhos alheios
Nos quais penetro sorrateira
Com cara de quem foi convidada
Em meus sonhos posso ser o que quiser
A menina zangada, mulher amada, adolescente malcriada
Posso ser até a sábia anciã, se quiser
Percorro casarões antigos
Recantos sombrios
Percorro vales verdejantes
Recantos encantados
Em meus sonhos estou sempre só
Me vejo pelo avesso
Sou de dentro pra fora
Qual observador arguto
Escuto
Vejo pessoas sorrindo, amando, chorando
Vejo além
Em meus sonhos.

Luciana Silveira

sábado, 6 de julho de 2013

Por amor

Por amor,
por tanto amor,
perco-me na Vida,
não sei quem sou,
não sei já
o que faço!

Por amor

dou-me todo:
sofro,
choro,
peço perdão,
Perdoo
e esqueço o mal!

Por amor

vivo e respiro
quem amo,
como nunca amei!

Destino?


Sim, destino intenso,

com pedras no caminho,
mas o amor
é assim:
não aparece
como um presente!

Conquista-se…!


José Manuel Brazão


[...]


O amor faz perder-se

Para então encontrar-se
Amor é dádiva sagrada
Sem definição correta
Mas nunca palavra incerta
Por estar além da compreensão
O amor anda nos ares
De quem o sabe conquistar
Palavras doces, carinho pleno
Quando dói, sinal que é real
Por mais que se tente enganar
A vida, sua morada
O coração, seu lar
Amar é estar vivo
É respirar suspiros vários
É canção de tons sublimes
É desapego e sossego
Ser amor é repartir a paz



Luciana Silveira

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Bordando sentimentos

Costurando palavras
Bordando sentimentos
Vou tecendo esse véu
Que paira sobre nós
A lua acesa no céu
Desfazendo os nós
Rompendo auroras
Na fraca luz do quarto
Abraçada ao travesseiro
Sonhos refazendo-se
Deixando apenas
O que nos resta
Colagem de alquimia
Enxoval de quimera
E tudo mais é amor
Silêncio e luz
E tudo mais é paz
Luciana Silveira

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Momentos por caminhos diferentes

O amor 
existe em cada um de nós!

A paixão 
leva a que o sonho,
transforme 
em realidade
o amor!

Cada coração sente-o
com mais intensidade
à descoberta da felicidade;
ou de momentos felizes!

Para nós
o que parece impossível,
não é o amor!

São os momentos,
esses momentos,
que nos amarram,
nos destroem,
até ao impossível!

Corações ardentes,
pessoas distintas,
que deixam grãos de amor,
por caminhos diferentes!

José Manuel Brazão

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Plenitude

Amanhece o dia
Amanheço
Me vejo
Ao te olhar
Contemplo
A vida entorna
Retorna
Tornamo-nos
O ciclo completa-se
Escoa a emoção
Voa
O sentir
Inominável
Somos um
Cada um
Somas

Quando miro teu olhar
A vida acontece plena
Dentro e fora de mim


Luciana Silveira

sexta-feira, 29 de março de 2013

É fruto do amor

Quis te encontrar,
que viesses até mim
e confessaste
que já lias a minha Poesia
há muito tempo!

Aí começou o desejo
de nos cruzarmos na Vida
e a Poesia nos juntou!
Vi logo em ti
uma Mulher e uma Poeta
diferentes na palavra da Vida
e na Poética!

Naquele momento
aproveitámos todos os instantes
que estavam em nós,
onde muitos conquistámos
e outros nos fugiram!

Foste a Mulher
que me compreendeu melhor
e eu fascinado vivia cego de amor
e nem tudo via em ti!

Só mais tarde
vi quanto me querias,
quanto precisavas de mim
e o tempo corria,
e nós deixámos o tempo
ser tempo e levar-nos com destino!

Hoje com o tempo já distante,
lamentamos e perguntamos,
porque estamos no coração
um do outro,
que nos lembramos para sempre,
mas trataste tão bem o fruto do amor
com quereres e sentires
e eu não fui merecedor de o provar!

Só me resta pedir o teu perdão
por não estar junto
duma Mulher e Poeta iluminadas
e uma Psicóloga da Alma;
deixa-me guardar no meu coração,
esse fruto do amor
que o conservas ainda são!

José Manuel Brazão


Porque tudo que é fruto do amor
Significa para mim pura emoção.


Luciana Silveira


* Tenho um carinho especial pela Amiga e Poeta.



sexta-feira, 15 de março de 2013

Cheiro


Tem gente que tem cheiro
De passarinho quando canta,
De sol quando acorda,
De flor quando ri.
Ao lado delas,
a gente se sente no balanço de uma rede.
Tem cheiro de gente
Que quando acorda
ri
ao lado da flor
e sente no balanço
uma rede.
Tem passarinho com cheiro de gente quando canta,
e rede com balanço e flor, e mais gente sentada ao lado
Para rir e acordar...
aaa, o cheiro de gente como encanta.
E canta enquanto encanta...
Sentada ao lado para não acordar.

Sonia Vico e Luciana Silveira - Dedicado ao dia da poesia.

domingo, 10 de março de 2013

Da lágrima


E da lágrima que brotou
Botões vermelhos surgiram
Embalados ao véu da noite
E cada canto contido
Escondido
Extraído agora
Nessa onda noturna
Onde tudo é silêncio
e descoberta
Uma luz no fim do túnel
Um beco onde há saída
Vida.

Luciana Silveira